quarta-feira, 10 de novembro de 2010


As nossas letras não rimam, elas se ferem e nos machucam. Sei que nunca existiu dentro de mim e nem eu dentro de você, mas teve algo que nos manteu interligados por um certo tempo, fazendo com que sempre tivesse um motivo que nos fizessem curtir o momento que aparecesse, talvez eu só admirasse a sua forma sincera de ser doar e eu só aceitasse o que me faltava naquela hora que você apareceu, recebíamos um do outro a cada encontro, espontâneo ou com data marcada, o que precisávamos, mas agora sinto um vazio pecorrendo por todo o meu corpo, mas não somente por você, mas pela minha vida e você é uma das pessoas que fazem parte dela, dentre tantas outras, e assim todos os setores da minha vida estão afundados na minha própria solidão, por isso faço ainda questão de disfarçar com sorrisos amarelos, com um "está tudo bem" ou um "não foi nada não", para que enfim não notem, não perguntem e nem se preocupem, mas dói e a cada noite em que vou dormir, uma metade não acorda junto no dia seguinte e por consequência, morro em vida diariamente, me desmacho, tento buscar e juntar as minhas cinzas, mas elas me escapam pelos dedos, invisível ficam e só consigo ver metade de mim pelas sombras.

Plantei uma semente de esperança em um canto do meu coração, buscando nela o refúgio quando a tempestade de solidão viesse, e assim o fiz, caminhei e busquei, enfim tentei, mas nada, nem as sementes e nem os frutos restaram. Esperança a mais não há, pois a única coisa que ainda existe é a dor, a tristeza e a solidão, essas que não desgrudam um sequer dia da minha saia.

Me contem, me digam, não me esqueçam, mas perdoe-me por diversas vezes esquecer, por deixar passar despercebidamente os sorrisos que me destinam, por ser da temperatura de gelo, pois são consequências do cansaço, da angústia e preocupação. Se não justifica, perdoe-me novamente, mas os meus motivos podem ser mel para você, mas para mim ultrapassam o próprio fel.

Quando um amor que teoriacamente teria que gerar frutos de alegrias, começa a frutiferar tristezas incansáveis, mesmo que não diárias, a desordem paira sobre sua vida, fazendo com que seus sorrisos se desmachem em lágrimas e seu rosto está molhado, com a maquilagem redendo-se e o teu corpo juntamente, pois enquanto um era incondicional o outro era limitado.

terça-feira, 9 de novembro de 2010


E que o futuro que está por vir, consiga alivar as cicatrizes que tu deixaste, mesmo que em silêncio, de forma suave e lenta, o que importa essencialmente é que essa dor passe. Que o tempo apague essas marcas dos momentos passados, das metades do meu coração arrancadas, secando meu rosto molhado das lágrimas que um dia você em mim despertou, mas que ao final de tudo isso eu possa enfim perdoar-te, pelos teus erros, pelas tuas jogadas foras e por todas as vezes que tu não foste capaz de perceber o amor tão lindo que dentro de mim existia, pois parece lógico que daqui a um mês ou três anos eu encontre quem acolha minhas qualidades e perdoe meus defeitos, me faça sentir amada e que mesmo assim eu possa continuar bebendo da liberdade que eu tanto prezo, não quero mais, em hipótese alguma, passar de novo por um amor doente, pesado e danificado, quero somente sabedoria para entender que toda essa fase me serviu de motivação para continuar vivendo e esperando SEMPRE por dias melhores.


Mesmo diante da escuridão eu encontro as mãos de Deus que não me deixam nunca só.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010


O tempo passa, o mundo dá voltas e você enfim percebe que amor não é suficiente para que duas pessoas fiquem juntas, talvez até seria, mas se não houvesse dúvidas, se não houvesse assassinos do amor, se não houvesse ingratidão e todos os demais sentimentos que machucam, que nos arrancam os sorrisos, por isso, quero fatias de qualquer coisa, menos de amor.


As vezes uma pequena fatia de solidão é melhor do que uma fatia grande de dor.

Eu sabia que aquelas mãos não eram suas e nem aquele toque aveludado. A rouquidão poderia até parecer, mas em fim não era, não era você do meu lado e eu quis fugir, como se fosse adiantar, quis apagar, mas já que possível não foi, preferi esquecer, por isso o assunto morre nesse ponto final.

O amor tinha morrido em sonho, mas na realidade ele continuava vivo, continuava a te arrancar suspiros e levantar pensamentos nas horas mas impróprias, porque impróprio e desajustado são as palavras que mais combinam com o seu jeito louco, tosco, mas que adoro, e é justamente isso que não entendo, como você se faz presente em meus pensamentos a cada fina de tarde ou quando coloco a cabeça no travesseiro, não importa a hora, o que importa que é que em algum momento do dia você é o núlceo dos meus pensamentos, mesmo não devendo, mas penso.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010


Então a cada vez que penso que já posso passar o cadeado nesse amor, você me aparece, você me deixa confusa e faz com que sua ausência seja dolorida, pois eu não estou curada desse amor, não estou curada das lembranças dos anos que nos cercaram todos esses tempos, não sei explicar, não sei definir, apenas sinto demais, sinto você mesmo que longe, mesmo que ausente no sentido mais estrito da palavra...


...é daquelas doenças onde parece que você não quer ser curado.

É uma saudade que está deixando presa minha voz, minhas mãos ficam meio que sem força, meus olhos insistem em querer lacrimejarem, minha boca fica trêmula de poucos em poucos minutos e mesmo assim nada alivia minha saudade, minha dor e minha vontade de estar perto.

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