terça-feira, 11 de novembro de 2008

Madame Bovary - Gustave Flaubert



Porque será que eu gosto de Emma, protagonista da obra Madame Bovary de Gustave Flaubert?
Mulher sonhadora, com suas ambições de vida, que quando queria uma coisa, fazia com toda a sua vontade, mas depois que conseguia perdia o gosto, uma insatisfação momentânea, inconstante e nas suas qualidades carregava muito o prefixo IN. Alguma semelhança? ¬¬
Emma tem certeza de que a vida é injusta com ela, pois ela com certeza havia sido feita para algo maior. Sonha então com a vida em Paris, na alta sociedade, com seu cavalheiro perfeito num mundo idealizado. Sempre entediada, e acreditando que a vida foi feita para ser vivida ao máximo, Emma parte em busca de tudo aquilo que ela supõe que a levará ao apogeu eterno. Parte em busca de luxo, das altas camadas sociais, da vida nas cidades e dos grandes amores. Após cada uma das suas conquistas, ela percebe que a realização do sonho não lhe trouxe a satisfação necessária, e assim segue sucessivamente em busca de emoções extremas, encontrando apenas o prazer momentâneo seguido pelo tédio, sem suportar a situação que ela mesma desejou:

“Contudo, não era feliz, nunca o havia sido. De onde vinha, pois, aquele apodrecimento instantâneo das coisas em que se apoiava? [...] Nada, afinal, valia a pena procurar-se; tudo mentia! Cada sorriso ocultava um bocejo de enfado, cada alegria uma maldição, todo prazer o seu desgosto, e o melhor de todos os beijos não deixavam aos lábios senão uma irrealizável ânsia de voluptuosidades mais intensas.”

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